sábado, 25 de abril de 2009

E diz o Sócrates...

"O que eu me comprometo a fazer, é trabalhar todos os dias para que as futuras gerações tenham mais oportunidades do que eu." (Jornal da Tarde, RTP1, 25 de Abril de 2009, 4'12''-4'18'')

Não, é que de facto acabar(?) um curso ao Domingo, e só se poder ser Primeiro-Ministro, é duro...

Que o beato Nuno salve a minha geração de tal! Antes acabar no desemprego ou quê... Dasse!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sinais dos Tempos


É triste pensar que nos tempos dos Reis e seus Exércitos, Cruzadas e outros que tais, as armaduras eram o único
hardwear que havia...

terça-feira, 21 de abril de 2009

O caso da supra-numerária

Sala de aulas. À pinha, muito à pinha, o que até nem interessa para o caso... Eis que, do aparente nada, e a meio duma explicação, o docente se sai com um "Alguém viu por aí uma lapiseira supra-numerária?"

Tendo eu uma caneta na minha mesa, aparecida não-sei-de-onde, e com ar de esquecida, que até sem tampa estava, e não estando habituada por aí além a que chamem "lapiseira" aos lápis de minas -cá na terra, "lapiseira" é "caneta"!-, prontifiquei-me pois a elevá-la à força de braços e a dizer um "está aqui uma..." Ainda não tinha acabado de dizer a frase e a) o professor encontra o tal LÁPIS dele, e b) a cachopa ao meu lado estava atónita a olhar ora para mim, ora para a caneta, ora para mim, ora para a caneta... Preocupei-me, é certo, porque vi logo ali uma adversária, alguém que tinha dado conta da minha sensualidade pouco disfarçada ao dirigir a palavra ao professor e que não se sentia bem com isso. No filme que já se estava a desenrolar na minha cabeça, estávamos já, eu e ela de frente uma para a outra, distanciadas por um chão poeirento iluminado por um Sol abrasador, de olhos piscos a tentarmo-nos aniquilar com a força da mente, porque sim, eu tenho um fetiche com aquele professor, não sei bem porquê (acho que tem qualquer coisa a ver com o facto de já me ter preparado psicologicamente para daqui a uns tempos lhe mostrar algo mais que capacidades intelectuais para entrar num Mestrado...). Já estava eu a medi-la de alto a baixo, de soslaio e com o meu olhar de superior, e eis que ela se pulveriza automaticamente, quando não se detém e pergunta à coleguinha do lado, com o ar de quem acabou de ouvir que afinal o Mundo é de facto e comprovadamente, um rectângulo: "o que é uma lapiseira supra-numerária?"

Tivesse eu uns ditos cujos para cair, e ter-me-iam caído logo ali! Como é que é possível que se chegue à faculdade e não se saiba o que raio quer dizer "supra-numerária"?! Pior do que isto, só mesmo o outro que não sabia o que eram "aqueles números entre parêntesis depois da vírgula"! Mas a mim só me calham abéculas, não só?

A amiga do lado pois, sabia tanto quanto ela, e a cachopa lá voltou a olhar para mim, ainda de boca aberta, a pensar que "supra-numerária" devia querer dizer "sem tampa", e a esta hora ainda devo ser conhecida pela "miúda que sabe termos estranhos para designar coisas mais que corriqueiras"...

E ainda achava eu que ela ia ser uma adversária... Parece-me que tenho mesmo é que me preocupar com o jovem, e repito o jovem, que diz que -e depois do professor ter dito que não é garantido subir-se a nota nas orais, podendo mesmo descê-la-, que "ai, eu numa oral subia logo a nota! Logo eu! Deixava cair o lápis sem querer e oh, já estava", o que quer que isto queira dizer, apesar de eu conseguir pensar em muita coisa, mas não quero sequer ir por aí...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Pensamento do Dia

O


"A vida é como uma pila: quando está murcha, de pouco vale; quando está dura, fode-nos."

Samuel Shem, A Casa dos Deuses

sábado, 18 de abril de 2009

Problemas matrimoniais


Os cromossomas homólogos entram em processo de separação quando se gregam.


sexta-feira, 17 de abril de 2009

E a produtividade de certas aulas práticas...


Se a Muralha da China ardesse, era a maior
firewall do Mundo!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mas nós somos Brasileiros ou somos Portugueses?!

Primeiro, o Acordo Ortográfico, que não nem vou falar dele...
Agora, chuva e Sol ao mesmo tempo!!!
Mas nós temos praias com areais imensos, quentes todo o ano? Marginais conhecidas aquém e além fronteiras, fotografadas em postais e suspiradas em jeitos de desejos muito mais que culturais, com canções a elas dedicadas? Temos cidades com toponímias que fazem, por si só, mover-nos o corpo? Temos a dança, de ritmos quentes feita, viva e presente na cultura e nas vontades? Temos gajas boas de biquínis reduzidos, corpos masculinos bem desenhados, de tez brilhante e dourada, com sunguinhas a tornearem o que Deus Nosso Senhor, com toda a propriedade a que Lhe assiste, lhes deu? Não temos, pois claro que não temos! Então porquê, mas porquê, o Sol e a chuva ao mesmo tempo?
Eu já nem sabia se parecia mais pateta com os óculos-de-sol postos e a apanhar com os pingos na cabeça, se por abrir o guarda-chuva e estar um daqueles sóis que aquece o pêlo capilar!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A Senhora Que Não Podia Parar

Reza a lenda, que em longínquas madrugadas longe de serem aquecidas pelo Sol, esquecido delas enquanto com outras se deleita, em dias que ainda são noite, pela escuridão e pelo frio, há uma senhora que não pode parar. Anda para a frente e para trás em espaços que não mudam, percorrendo somente os minutos. Porque se ela parar, o tempo pára também...

São os dias da semana que vão chegando e se sucedendo, e são matutinas as necessidades e obrigações que fazem poucas gentes convergirem para um espaço esquecido nos sonhos do Mundo que ainda dorme. À luz das luzes artificiais que o banham e pintam de amarelo-alaranjado àquelas horas, esse espaço é sempre igual: três táxis em fila, com os rádios em silêncio para não despertarem a noite, as portas abertas como que antecipando chegadas apressadas, um senhor sempre sorridente pronto a dizer a quem dela precise, que a porta da Estação "Está fechada, mas quase a abrir", e o seu saco gozando ainda do descanso, encostado à parede. Escadas descendentes vazias, o painel com as horas das partidas e destinos -sempre as mesmas, sempre os mesmos...- escadas ascendentes vazias: o desvio a que a porta "fechada mas quase a abrir" obriga. O ecoar dos passos, sempre os terceiros a lá chegarem, o rapaz que dum banco já fez sua propriedade nas esperas quotidianas, o pensar "vou-lhe atirar um sorriso! Um dia, hoje não...", o outro banco, também com direitos de propriedades já estabelecidos, o frio que as calças deixam passar, um olhar para a esquerda, e a Senhora Que Não Pode Parar.
Lá está ela. Para lá... Para cá... Há bancos e muros e encostos e espaços vazios onde sentar, encostar, simplesmente estar e esperar. Mas a Senhora Que Não Pode Parar não pode parar, e vai para lá e para cá, desde quando não se sabe, mas até ao comboio chegar, para por fim ser ele a levá-la, dando descanso aos pés, que calcorrem quilómetros quase sem sair do espaço finito de meia dúzia de metros.

Entretanto, já chegou o Senhor Que Põe A Mala Entre As Pernas E Os Pés No Limiar Da Linha Amarela, e daí a nada vai aparecer a Amiga Loira da Senhora Que Não Pode Parar, e que tem uma pronúncia a roçar dialectos do Leste.
E agora sim, com a porta da estação aberta, com o senhor sorridente e o seu saco já do lado la linha, com o Senhor Que Põe A Mala Entre As Pernas E Os Pés No Limiar Da Linha Amarela, com a Amiga Loira da Senhora Que Não Pode Parar, o comboio já pode chegar.

Mas houve um dia, em que a Senhora Que Não Pode Parar não apareceu. E depois outro, e ela não apareceu. E ainda outro e mais outro, e ela sem aparecer.
Reza a lenda, que em longínquas madrugadas longe de serem aquecidas pelo Sol, a Senhora Que Não Pode Parar parou. E os táxis continuaram lá, e o senhor sorridente continuou lá, e o saco encostado à parede continuou lá, e as escadas e o painel, e o rapaz e o banco e o outro banco e o Senhor Que Põe A Mala Entre As Pernas E Os Pés No Limiar Da Linha Amarela continuaram lá, e a Amiga Loira da Senhora Que Não Pode Parar continuou a chegar lá, todos à espera da vida que costumavam ter, mas a Senhora Que Não Pode Parar tinha parado, e com ela o tempo da Estação, e não fossem os Homens irritar o diafragma do Tempo, e ele soluçar numa hora, e nunca, nunca mais, teria havido noite de manhã.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Batalha de almofadas

Batalhas destas vão valendo a pena... (Ah! Que trocadilho pertinente... "pena"...)

Avenida dos Aliados, 4 de Abril 2009, 18h00







despojos de guerra...


Esta última foi só para me armar em fotógrafa. Peço desculpa...

domingo, 5 de abril de 2009

Coisas que eu nunca pensei ouvir


A Raquel tem umas mãos tão bonitas. Dava uma boa parteira!


quinta-feira, 2 de abril de 2009

Posto Móvel de Informações

Eu tenho um problema: de cada vez que saio de casa, nasce-me um "i" no meio da testa. Às vezes cruzam-se no meu caminho pessoas a precisar de informações, outras vezes (raras, raríssimas), não. De outra forma não é explicável a quantidade absurda de informações que me pedem na rua!

Eu sou distraída. Pior! Eu sou tão distraída, ando tão abstracta, tenho uma bolha de tal modo fechada à minha volta não patrocinada por marca alguma, que "distraída" não chega para definir o estado em que ando quando ando sozinha na rua e qualquer dia (quem sabe se com o novo acordo...) inventam uma palavra para terem no dicionário com essa mesma definição. Pelo amor da Santinha, eu já estive para ser atropelada por 3 vezes por um eléctrico. TRÊS VEZES! UM ELÉCTRICO! Que anda sobre carris, sempre no mesmo percurso que ainda para mais se vê e sente no chão, apita estridentemente e anda com uma velocidade a rondar o meio kilómetro por hora!

Como se a distracção não me bastasse, não tenho jeito nenhum para nomes, muito menos os de ruas. E como se isto não bastasse, o meu jeito para dar informações não é uma das minhas características mais gabáveis. É assim um bocado como o jeito que eu não tenho para dar aulas: parto sempre (inconscientemente, claro) de que quem ouve, ou já sabe ou, pelo menos, devia saber o que eu sei, por isso atropelo as palavras com o pensamento, e já vou na expedição a Marte, quando na verdade ainda estão a eclodir os primeiros ovos de dinossauros.

Mas as pessoas não parecem saber disto! Não notam que eu vou na minha, alheada, longe de tudo e de todos, e abordam-me vezes sem conta com perguntas incrivelmente disparatadas aos olhos do meu estado de alma.

"Oh menina, pode-me dizer as horas?"
e eu quase que grito de susto, porque me acercam por trás e eu vou a pensar em tudo menos no relógio, e até perco por momentos o saber necessário para ler as horas que realmente eram, e digo "meio-dia e um quarto" ainda com o coração aos pulos, e a senhora que disparou a pergunta dispara a correr porque devia ir atrasada, ao que, não sei por força de que força, talvez pelo magnetismo da Terra, vá-se lá saber, olho de novo para o relógio e são na verdade uma e um quarto, e pois que indo a senhora já longe no seu passo de corrida rasteirinho (como é apanágio das senhoras...) me vejo forçada a gritar "UMA E UM QUARTO, DESCULPE!" ao que a senhora me acena, não quero nem saber o que ela percebeu e muito menos o quanto ela me mal-disse quando chegou uma hora mais cedo ao sítio onde pensou chegar cinco minutos atrasada...

"Desculpe, donde fica la (?)"

e eu "Oi?!"
e outra vez
"Donde fica la (?)"
e eis que não vejo solução para o embróglio que sacar do mapa das mãos da senhora e ficarmos as duas feitas turistas a seguir ruas com a ponta dos dedos, eu com a esperança do teleporte, a senhora com a esperança de que eu não lhe fuja com o mapa, a informação, e a expectativa de umas boas férias...


"Desculpe, pode-me dizer
ebrifnvhmox as Finanças?"
*acho que não percebi a parte fulcral da pergunta, mas "Finanças" ouvi de certeza, e esta sei!*
"Há duas: uma aqui
*apontar para a direita*, uma ali *apontar para a esquerda*, agora para que serve cada uma delas, isso já não sei..."
e já me preparava para tirar dali a minha incompetência debaixo do braço, quando
"Eu sei!..."
e já vou eu a pensar "então p'a que pénis
* pergunt..."
quando
"...Eu quero é saber da porta, que eu quero é ir a esta *aponta para a direita* que é onde se entregam os impressos! *carimbada de ignorante na testa da Raquel*".
Volto eu ao pensamento "velha estupida..." que, em palavras se traduziu "É ali. Está a ver...
*tem uma janela, outra janela, e depois UMA PORTA!* ali..."
"Ah, obrigada."
*Pois de facto fui, mas foi desde pequenina, a aprender a distinguir portas e janelas!*


*assoar o nariz*
-
"Mi desculpe..."
*oh meu de... Ele estará mesmo a falar para mim?!*
-
"Una livraria mui famosa"
*ai!... Está mesmo! Oh caramelo dum raio, y el lencito na nariz, no?! E perguntar ao senhor que ia à minha frente, ou à senhora que vem atrás de mim?!*
*dobrar o lenço, fungar um resquício que com o choque ficou a meio caminho*
"Ali
*apontar para baixo* prédio branco BRANCO, si?"
-"Si si..."
*Não, mas não... Não agradeças, que eu estou cá é para isso!*


Semáforos... Vermelho para peões... Duas peões estacam à minha frente a falar uma com a outra *não, mas deixem-se estar, OK? É que a) eu nem estou aqui à espera que o semáforo mude e b) muito menos preciso de o ver!*
"bla bla bla *olhar para a placa da rua* bla bla bla *como quem não quer a coisa, mas fartinha de a querer* -Olha desculpa!"
*pronto, PRONTO! É que tinha mesmo que sobrar para mim, não tinha?!*
"... a Rua já-não-me-lembro-qual?"
Não sei se sabia, se não sabia, não sei se acertei, se não. Um facto é que para as tirar da minha frente mandei-as para uma rua que podia muito bem ser a dita cuja, e ainda usei "transversalmente" na frase!: "é a rua que corta esta transversalmente..."
*Estão a ver o que me obrigam a fazer?!*
Ainda andei ali uns bons 500 metros a tentar recompôr-me, que um "transversalmente" saído assim sem se contar é coisa para abananar qualquer um!


Razão tinha o Peter, quando dizia que eu devia ter ido para guia turística... Era tudo o que sou hoje, com a benesse de ser paga!


*ando-me a treinar a não dizer palavrões (não lhes chamo "palavras feias", porque beleza por beleza (semântica, óbvio, nem vou entrar por aí...) "car*lho" é bem mais bonita que... esta... Mas é um palavrão e eu ando-me a treinar para não os dizer...)