segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Swiffer

Para cima de umas quantas da manhã. Raquel à janela, a apanhar o fresco da noite (não interessa...) De repente, um som. Um barulho ininterrupto, um roçar grave, um arranhar em crescendo. Com a clarividência inerente daquela hora, volto a cabeça para o cimo da rua, e a minha miopia (mal-)disfarçada pelas lentes prescruta um vulto no meio da estrada. Será um ninja? Será uma personificação da morte? E o som a continuar, a aumentar. Os olhos semi-cerrados, a expressão de ignorância gravada no rosto. Será um papa-reformas desvairado? Será um segurança de hipermercado montado numa segway com os pneus gastos? O som continua, o rasto que a figura deixa atrás de si passa da faixa da direita para a da esquerda para o meio, ziguezagueando na minha própria aturdição!

Ele aproximava-se a uma velocidade estrondosa.

Arrepanhou-se-me o peito na sensação de que nunca mais ia consegui ser feliz.

Ele passa sob a minha janela...!

(o suster a respiração, o pânico, o medo, a curiosidade!)

E era um jovem a descer a rua em patins de dois pares de rodas paralelas, por ali abaixo como se fosse a coisa mais natural do mundo, qual parar no cruzamento, qual quê?, lá continuou a coçar o alcatrão por ali fora, e eu percebi porque é que se deve ir para a cama cedo. Isso, ou moderar certos consumos... Ou os dois. Ou! Estar à espera de tudo e mais alguma coisa, pois já nada é de estranhar.




E se este não foi um bom episódio para retomar a parvoíce ao natural que tão bem pauta este blogue, não sei o que poderia ser...

4 comentários:

Pusinko disse...

É bom sim senhora, mas faz favor de volver mais vezes.
PELISE e tal!

Patinar à noite........... gente douda.

who's yo' mama?! disse...

Pusinko, volverei se mais estupidezes ao natural se me forem deparando pelo caminho ;)

De mais a mais, patina à noite, olha, seja. A questão é patinar no meio da estrada! É que, vai-não-vai, há carros nas estradas! Mas isto digo eu, que sou mais amiga de transportes públicos em carris...

Afrodite disse...


Mas do mal o menos... àquela hora sempre é mais seguro e acredito que gera na mesma uns bons níveis de adrenalina!! Não é mesmo em adrenalina que maior parte dos nossos jovens são viciados??

(vá, eu confesso que também gosto de sentir uns quantos arrepios pela espinha... mas não me apanham nunca em cima de uns patins!!)

(^^)

who's yo' mama?! disse...

Afrodite, pela descontracção que o jovem levava, não me parece que corresse atrás da adrenalina. Eu acho que, para ele, aquilo foi mais uma noite como outra qualquer ;)

Obrigada pela visita e pelo comentário!