terça-feira, 11 de julho de 2006

Dias...


Há dias assim...

Não amanhecem, porque a noite não foi noite. O despertador toca só para obrigar a má-disposição a sair da cama.

A certeza de um dia mau. Até o céu está cinzento.

Mas eis que surge a brisa da manhã. O chilriar tímido dos poucos pássaros que ainda são madrugadores.

Um perfume inebriante de alguém que se nos cruza no caminho. O espreitar do Sol.

O mesmo cheiro ao passar pelos mesmos lugares, e que tanto e tão bom fazem lembrar. As recordações... A certeza de um dia fantástico!

As escolhas.

Os sorrisos matinais.

As dúvidas, incertezas, medos, sempre camuflados pelo mesmo olhar inquieto. O suspiro interior: "desta já passou...".

A solidão.

O regresso da alegria. As gargalhadas. O beijo. O abraço. O dar de mãos...

O saber que não está tudo bem.
"Está tudo bem?"
"-Está."
Não, não está...

O saber que foi alguma coisa.
"Que foi?"
"-Nada."
Foi... Eu sei que foi. Eu sinto que foi. Porque não mo dizes logo? Diz-me. Eu estou a perguntar. Diz. Não digas depois, quando não for nada oportuno. É muito muito mau ouvi-lo depois. Diz agora. Diz. Eu estou a perguntar...

E aquele elogio... O desenhar inevitável do arquear dos cantos da boca. O rubor. O elogio. Outra vez.
"Estás linda!"
"-Obrigada :D"
"-E por onde tens andado?"
"-Tenho estado um bocadinho ausen..."
"-Uau, estás mesmo LINDA!!!"
"-Ena... Obrigada... :$"
A meninice. O retrair. A embasbaquez. A felicidade. Os pulos cá dentro. Os pulos dentro de quem nos fez lindas. A honestidade que não sabe que por momentos, fez deste um dia bom...

Há dias assim...

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