A apaziguar encefalias, dores do reumático e problemas de azia desde mil-nove-e-quarenta-e-três
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
domingo, 30 de dezembro de 2007
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Ai se os Americanos me descobrem!!! - parte II, ou O Porquê do Bigode
Falarei então desse ícone incontornável, imagem de marca por excelência do povo latino em geral, orgulho imparável do povo português em particular: o bigode! Resolverei aqui um ponto de interrogação que, embora não atormentando, terá certamente matutado muito em mentes de todó mundo.
Antes de mais, convém fazer referência a outro aspecto (que quem lhe dera ser qualidade) desse dito povo em geral, que é a fraca habilidade para o Inglês. Têm tanto jeito para Línguas, que nos fazem desejar que a Torre de Babel tivesse de facto chegado a bom termo! Como se não bastasse a pronúncia revelar-se uma medusa de três cabeças, que a cada machadada, faz aparecer outras duas de mais difícil manejamento, a própria dicção afiança-se intransponível! Exemplo mais-que-muito conhecido, é esse espécime selvagem, de hábitos hibernatórios no Inverno, e emproados no Verão, tão simplesmente, Zezé Camarinha (só para ter a certeza de que estão a seguir o raciocínio (isso, e porque acho que com a frase que se vai seguir, este blog vai ganhar uma dimensão imortal!), “iu ar veri uaite put’a crim”, é precisamente do que estou a falar…). Zezé Camarinha esse, que é inclusive, óptimo exemplo para esta minha teoria, já que o próprio ostenta o apêndice em questão, pérola da coroa aliás, no seu lábio superior.
É chegado então, o momento por vós esperado… Porquê, então, o bigode? Porque maravilha tanto (a quem maravilha…)? Reparem: bigode (lê-se “bi gode”); be God (lê-se “bi gode”!!!!!) Preciso dizer mais? Mania de serem garanhões, já é conhecida, e ninguém lha consegue tirar, agora aspirar ao Todo Poderoso? Bem, isso já é outra coisa… E qual é o caminho mais fácil? Sê-lo… Nada mais…
segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
sábado, 22 de dezembro de 2007
Achmed e as Canções de Natal
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
"E tu, que queres para o Natal?"
(o que não deixou de ser estranho, porque na minha voz de albatroz com sinusite, não soou propriamente bem. Acrescendo ainda o facto de a minha tia (que foi quem perguntou), não perceber o inglês, e tão-pouco se aperceber da dinâmica da coisa... Enfim, dela virá uma prenda que a seu tempo saberei qual, e a ver se o Pai-Natal me traz o resto :] (aqui que ninguém nos ouve, acho que é por estas e por outras que não querem que acreditemos nele...))
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Sonhos
Hoje tive um sonho que me mexeu com o estado de espírito. Às vezes isso é bom; outras, como esta, de modo algum. Mas então, sem que muito tenha a ver com este facto, surgiu-me uma dúvida: como serão os sonhos dos invisuais? Os nossos sonhos são, basicamente, imagem, sonhamos apenas com o que conhecemos, então e quem nunca viu? Como é que se sonha só com sensações?
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
O Natal
Mas, e o que me preocupa nesta altura do ano? Nada mais nada menos que... o Coro de Santo Amaro de Oeiras.
Primeiro, a "A Todos Um Bom Natal", e aquela parte que, ano após ano, embola nas bocas do povo, e que ainda ninguém conseguiu descortinar como realmente se diz, que compete e chega mesmo a ser pior que a parte do "para o(a) menino(a) tal" dos Parabéns a Você", onde o "tal" suscita a dúvida, e que tem também o seu quê de imperceptibilidade consciente, em que "seja um Bom Nataaal para toooodos vós" ou "toooodos nós", e que a imperceptível articulação de línguas do dito Coro não deixa perceber.
Mas ainda mais preocupante, sob o meu ponto de vista, são os micro-pseudo-Coros-Santo-Amaro-de-Oeiras. Nesta altura, há sempre grupinhos de putos de uma escola ou colégio quaisquer, de camisa branca, gravata ou lacinho, com vozes esganiçadas elevadas ao seu expoente máximo, quando não são mesmo empunhadas flautas e, em casos extremos, xilofones e ferrinhos! Ainda pior, é que Natais dos Hospitais, auditórios de Juntas de Freguesias e festinhas para pais, deixaram de ser o suficiente. A mais recente aparição de um destes micro-pseudo's no meu caminho foi (onde mais haveria pois de ser?), nos Leões. Mais um episódio peculiar na minha vida, com flautas desafinadas, e putos a atravancarem a máquina dos snacks.
Da época natalícia, há ainda a salientar uma dúvida que me assalta não raras vezes: serei eu a única que, passando no corredor dos brinquedos, carrega em todos os botões "try me"'s, de todo o tipo, modelo, feitio e faixa de idades aconselhadas, e põe tudo a dar música e luzinhas, e movimento, numa sinfonia pateta, deixando os putos que se passeiam maravilhados por estes corredores, completamente atónitos e "uou, ela mexe nos brinquedos todos! :O ", tornando mais problemáticas as minhas idas a hipermercados com esta idade de agora, do que quando tinha a que mais se adequava a insubordinações do género? Ainda p'ra mais, já não tenho a quem dar brinquedos, ou seja, passar nesses corredores passou a ser, de há uns poucos anos para cá, não necessidade em jeito de obrigação, mas a cedência à simples vontade de apalermar. A minha mãe já se deu conta disto, e agora não me leva às compras... O que me entristece...
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
I want you to know one thing
I want you to know
one thing.
You know how this is:
if I look
at the crystal moon, at the red branch
of the slow autumn at my window,
if I touch
near the fire
the impalpable ash
or the wrinkled body of the log,
everything carries me to you,
as if everything that exists,
aromas, light, metals,
were little boats
that sail
toward those isles of yours that wait for me.
Well, now,
if little by little you stop loving me
I shall stop loving you little by little.
If suddenly
you forget me
do not look for me,
for I shall already have forgotten you.
If you think it long and mad,
the wind of banners
that passes through my life,
and you decide
to leave me at the shore
of the heart where I have roots,
remember
that on that day,
at that hour,
I shall lift my arms
and my roots will set off
to seek another land.
But
if each day,
each hour,
you feel that you are destined for me
with implacable sweetness,
if each day a flower
climbs up to your lips to seek me,
ah my love, ah my own,
in me all that fire is repeated,
in me nothing is extinguished or forgotten,
my love feeds on your love, beloved,
and as long as you live it will be in your arms
without leaving mine.
If you forget me, PABLO NERUDA
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
Elogio ao Amor Puro
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.Elogio ao Amor Puro
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição.Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.