terça-feira, 31 de maio de 2011

Ai Portugal, Portugal

Portugal não é um país atrasado porque falta tinteiros para imprimir processos nos Tribunais. Não é um país atrasado porque em pleno século XXI ainda havia (há?) povoações sem água canalizada, nem porque se fazem greves quando afinal a razão porque se as convocaram já não existe, mas tal não foi comunicado. Não. Portugal é um país atrasado por causa deste sinal:


Há possibilidade de caírem pedregulhos na via pública? Há. Vamos fazer alguma coisa para o evitar? Não. Vamos antes pôr um sinal a avisar que tal pode suceder para evitar processos penais, e vamos esperar pelo melhor. Porque a) não se pode mexer com a Natureza, porque ela sabe o que faz, e se pôs pedregulhos soltos nesta encosta, é porque é a ordem natural das coisas; e b) a TVI precisa de matéria informativa, diacho! Calha de cair um ou outro, e calha de ir mesmo a passar naquele momento a carrinha com os putos para a escola, e quê?, íamos esperar que viesse a Fátima Campos Ferreira fazer o levantamento dos prós e contras da coisa? Não!

A sério que queremos ser um país com "P" grande? É que às vezes não parece mesmo nada...

domingo, 29 de maio de 2011

Lógica da Batata

Há nomes e nomes. Há aqueles que nos remetem para advogados e arquitectos, e há outros que soam mais a trolha ou cabeleireira de bairro. Não quero ferir susceptibilidades, mas é um facto e não há volta a dar-lhe. Nunca veremos um "Afonso Gonçalves" de garrafão na mão, pança proeminente e bandeira de Portugal estampada na t-shirt num pick-nick do Tony, assim como não veremos uma "Andreia Rafaela" a receber a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.Henrique por serviços prestados à nação.

No mundo vegetal, passa-se o mesmo. E a prova disso são as e.coli's do pepino. Mas que raios, o pepino não consegue ser levado a sério! É cómico ouvir o Francisco George falar do pepino infectado, mas não o devia ser! Isto é um caso sério!!! Isto devia-se ter passado antes com a courgette ou a couve-roxa. O pepino não é legume para ser levado a sério...

sábado, 28 de maio de 2011

Serralves em Festa é...

... ouvir Jazz à chuva.

O que não é nada mau não senhor!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

(Breve) Nota de Rodapé

Apareceu ontem no Telejornal da RTP1, em jeito de compasso cadenciado sempre a igual ritmo quaisquer que sejam os propósitos que apregoa, variando apenas na maior ou, raramente, menor dedução pedida a quem lê para compreender o que de facto se quer dizer -não tanto o que se diz-, por ser parco o espaço e dúbias as siglas, não sem raras vezes apetrecharem o trecho com um, dois ou, em suplício de pedido de despedimento por parte de quem escreve, mais erros, a notícia em rodapé afecta ao separador "Economia" que fazia saber (e sinto conseguir citar): "Crise: Prostitutas baixam preços de serviços".

Hoje, no "Metro" (o jornaleco diário-em-dias-de-semana que é entregue em tudo quanto é poiso de transportes públicos), escrevia a Sílvia Maia da Agência Lusa que a "Crise já chegou ao negócio do sexo". Diz que (e volto a citar): "As prostitutas de rua estão a fazer descontos a pedido de alguns clientes que se queixam da crise".

Até podia parecer que eu ia fazer um reparo quanto a isto. É verdade que é tema para ter muito mais pano do que o que precisa para o que lhe compete, mas vou deixar passar esta, até porque, como diz a Sílvia e citando "As Irmãs Oblatas" (ignoro...) "tudo é negociável excepto o uso de preservativo". É bom saber que poupar, 'tá bem, é necessário, faz falta, mas nunca no essencial.
Sai o labajão de casa todo ele pimposo e pleno de vontades, a saber que pôde comprar leite e pão para quem lá deixou, que conseguiu poupar uns trocos para a prática do amor em vãos de escadas, e que voltará sem comichões alheias, já que até as próprias são difíceis de suportar.
Não, não vou entrar por aí... O que me traz um certo matutar ao córtex e que aqui pretendo expor é o como saberá a comunicação social destas coisas. Será dica anónima enviada para o Provedor por carta em Correio Azul?

"Exmo. Sr. Provedor da Estação Pública,

Venho por este meio expressar o meu mais recente atentar no estado em que caiu o nosso país e consequente preocupação que daí advém, e que creio será de extrema utilidade pública venha fazer saber em serviços noticiosos desta mesma estação que tanto e tão bem se preocupa com o bem-estar, saúde e demais comodidades do povo Português.
[...]
Passou-se comigo, isto lhe posso garantir, eu que nem estava à espera, que esperei penosamente dois meses da reforma e da pensão da minha falecida -que o Senhor a tenha-, que deixei mesmo por comprar os comprimidos para o costról, enfim, em troca de outros..., qual não é o meu espanto quando me apercebo de que não precisava de ter carpido tanto!
Faça saber Sr. Provedor, faça saber, que a crise, esta, merece mesmo tocar a todos!

Atenciosamente,"

Ora o Provedor, "ai, ai, ai, que faço eu agora?!", perdido entre o dever de fazer ouvir a voz do Cidadão e a ética de manter privada a privacidade, até mesmo a desvairada, zau! atira com aquilo para o rodapé.

Vai daí, a Sílvia que estava sem saber por que tema começar esta semana, perde-se no rodapé, como eu tantas vezes, e "ai que já tenho artigo!". Afinfa-se às Irmãs Oblatas (ignoro...), e temos um espacinho no jornal, temos publicidade, temos maior afluência aos serviços e fica tudo feliz porque quem não p(h)odia passa a p(h)oder e sempre com a certeza da máxima protecção! Não penseis vós que o povo só serve para levar no lombo à bruta, sem amor nem com paixão. Não! O povo também se sabe chegar à frente! E o povo quer p(h)oder, paga, não vai pedir ajuda à Fräulein!

Gosto mesmo de finais felizes!

sábado, 21 de maio de 2011

3 palavras para vocês, 527 para mim:

Feira Medieval

Que é bem capaz de serem só duas mas, assim como assim, nós por cá também não atinamos muito bem com os números...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Quando Jesus não nos vale...


O treinador do FCP é do meu clube: o das Bilas-Boas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Oh p'ra mim a pôr-me a jeito para levar com ela na testa!*


Vermelhos! Vermelhos!


*A cuspidela que mandei para o ar em jeito de boca de barulho desnecessária, oh gente imoral!

That's why I love Carr-nah-vau

É com enorme prazer (e um abanico ritmado da anca com as correspondentes ondas de choque pelo corpo todo -isto podia soar muito mal, eu sei, mas não sejam depravados que passa!-), que vos apresento o meu mais recente repeat:


"Real in Rio" - OST Rio

"E porquê?", perguntam-me vocês. Amores, porque esta música faz-me feliz e mais não digo.

domingo, 15 de maio de 2011

Investigação Criminal

Veio a público a notícia de que Dominique Strauss-Kahn, director-geral do FMI, foi acusado de tentativa de violação de uma empregada de um hotel em Nova Iorque.
Notícias destas chocam pela alarvaria do acto a que o sujeito se propõe executar, sendo que nesta acresce-lhe ainda o facto -sem que, sem ele, o feito fosse menos escabroso (e, sem partir do princípio de que o senhor está inocente até prova do contrário)-, de o dito sujeitinho em causa ser a) director-geral duma entidade mundialmente reconhecida; b) candidato presidencial num país europeu e c) favorito a ganhar essas mesmas eleições.
Sempre ouvi dizer que os exemplos vêm de cima, e tenho o FMI por uma estrutura muito bem organizada. E senão, vejamos: ora, a comandita subalterna do senhor Dominique que tem passado uns tempinhos em Portugal ultimamente, parece-me que tentou e foi mesmo bem sucedida a nos ph*der a todos!
O que mais me preocupa nisto tudo, não é o não ter conseguido atingir qualquer estado de prazer, mas sim que isto possa acontecer sem que por isso alguém vá ser indigitado ou presente a Tribunal!
Desde que haja sol, toalha-baldinho-lancheira-e-bola-insuflável do FCP, couratos, bejecas e tremoços, santos popularuchos e bailarico, este povo está sempre bem! Aproveitam-se de nós, é o que é...

sábado, 14 de maio de 2011

Sexo, Drogas, Rock'n'Roll e Letras Infantis


"Era Uma Vez Um Cavalo", Grupo Vocal da Escola Básica 2, 3 da Maia (São Miguel - Açores)

Não consigo descortinar se terá sido uma premonição de que um dia se iria fazer uma "Smell's Like Teen Spirit" com esta letra, que fez o Kurt Cobain se suicidar; ou se, tê-lo sabido, teria evitado tal coisa.

Quanto a mim, acho que o Grupo Vocal da Escola Básica 2, 3 da Maia (São Miguel - Açores) está mais que de Parabéns, o Grupo Vocal da Escola Básica 2, 3 da Maia (São Miguel - Açores) rulesss!!!

(Aconselho vivamente "A Machadinha", "A Loja do Mestre André" e "Atirei o Pau ao Gato" )

terça-feira, 10 de maio de 2011

É preciso cuidado com o que se diz, aonde se diz

A Mogwai é um bicho que, à primeira vista, parece um gato. No entanto, à medida que com ela se vai convivendo, vai-se perdendo toda a convicção nisso. A Mogwai tem tripla personalidade sendo uma dessas, dupla. É hiper-activa, não dorme o quanto devia nem sabe andar a não ser aos pulinhos. Quando era mais nova preferia, inclusive, correr vertiginosamente pela casa, não sem saltar do chão para as costas do sofá e de novo para o chão, principalmente quando lá estava alguém sentado para lhes rasar a cabeça e lançar o pânico. Também não media bem as distâncias...
Tem amigos imaginários com os quais luta de vez em quando -felizmente o palco dessas lutas já deixou de ser a banheira, que lhe servia como Poço da Morte-. Perdeu há algum tempo um amigo canídeo (real) que morava no prédio em frente e com o qual "falava" todos os dias. Agora, amigou-se das pombas que pousam nas varandas do mesmo prédio, lançando-lhes os mesmos estalidos da boca para fora, e das andorinhas que passam em voos tentadores à janela preferindo, a estas últimas, lançar olhares gulosos.
A Mogwai não tem noção do perigo. As janelas têm que estar sempre fechadas, porque ela salta dos peitoris para as varandas, das varandas para os peitoris, e creio até que no passado, quando ela era mais magra e passava pelas frinchas minúsculas que deixávamos abertas para o ar circular, se faziam apostas no prédio em frente sobre se era desta que ela caía. Mas, o pior de tudo, é que quem a ensinou a ser assim, foi a Migalhas, que usa a sua maior longevidade para incitar a pequena a fazer disparates e morrer pela calada.
A Mogwai não come com o focinho dentro da gamela. Antes, pega em cada bocadinho de comida com a pata e leva-o à boca. E aprendeu que se puser uma pata dentro da gamela, ela não foge à medida que vai lambendo a gelatina dos patés. Não pode sentir o cheiro de chocolate nem de batatas fritas aos quais não se ensaia nada para roubar um bocado. Mal ouve o dispositivo das latas de chantilly em acção, aparece num ápice de onde quer que esteja, e não posso comer leite com cereais sem lhe deixar um bocadinho de leite no final, sob pena de me vazar os olhos enquanto durmo.
A Mogwai responde "mau" quando lhe perguntamos que género de bicho é que ela é; está apaixonada por um camelo em couro que veio de Marrocos, o qual abraça e a acalma quando ela está chata; desde que aprendeu a miar, não se cala; não pode ver uma folha de papel, ou um bocado que seja, que o destrói logo podendo, em momentos mais desvairados, comer uns quantos pedacitos; vem quando a chamamos e é muito influenciável. Ouviu dizer que os bebés são deliciosos e que só apetece comê-los. Agora, de cada vez que ponho creme (que é de bebé), e por ser tempo quente, ando de braços ao léu, tenho que a manter afastada, porque ela não sossega enquanto não mo lamber todo dos braços.