E de repente, até parecia estar tudo bem. Não era como já tinha estado. Não era como se tudo tivesse estado sempre bem, sem nunca ter havido as desilusões, as mágoas, as lágrimas, a dor. Mas parecia que se tinha conseguido passar por cima disso. Parecia que as relações eram mais importantes que o Passado sombrio, e que as desculpas, como sinceras que foram, tinham de facto valido e ficado para a história como o remar contra a corrente, força motriz que os sentimentos estavam a precisar para fazerem prevalecer o que tão bom foi, o que tanta falta fazia.
Estranhava, é certo. Já tinha ouvido dizer que não, que nunca mais, e agora os sorrisos apagavam isso tudo. Teria sido imaginação? Ninguém fantasia coisas más! A verdade é que estava tudo diferente e sem saber porquê e com pouca vontade de avançar sem entender a razão, lá foi seguindo, desconfiada, pelas conversas.
Numa outra sala, de uma outra casa, perdia-se em corredores, em divisões que o desconhecimento misturava e tornava labirínticas. Estava com quem nunca pensou estar, esperava por quem de facto ansiava. Ainda sentia no corpo as marcas doridas de uma intervenção que nunca faria. Mas fez. Brincava num tempo parado sem estagnar, numas horas que não corriam por mais que se as apressasse. O telemóvel tocou! Ele, finalmente! Um sorriso resplandecente desenhou-se-lhe na cara. Um desses sorrisos capazes de iluminar tudo, menos o caminho dos corredores nos quais se tinha embrenhado. Um tropeção numa mochila, e o spot de uma rádio.
Acordou. Fechou os olhos. Estremunhada e comandada pelo hábito, baixou o punho contra o despertador. Usou todas as forças para buscar de si o que tinha vivido ainda agora. Para voltar a adormecer depressa, antes que as imagens desaparecessem. Não! Não pode ter sido só um sonho! Estava tudo bem! Estava tudo tão bem… Como há muito se queria que estivesse!
Mas materializara-se ali. Na cama de todos os dias e todas as noites. O mesmo tecto a fitá-la, a mesma luz dos dias que têm sido entediantemente todos iguais a entrar pelas ripas da persiana abertas. Rolou sobre si. Ainda sentia as marcas do sonho. A dor tinha sido real, os sorrisos também. Tinha de facto estado onde não foi. Tinha sido feliz, e um spot de rádio esfumou tudo.
Numa outra sala, de uma outra casa, perdia-se em corredores, em divisões que o desconhecimento misturava e tornava labirínticas. Estava com quem nunca pensou estar, esperava por quem de facto ansiava. Ainda sentia no corpo as marcas doridas de uma intervenção que nunca faria. Mas fez. Brincava num tempo parado sem estagnar, numas horas que não corriam por mais que se as apressasse. O telemóvel tocou! Ele, finalmente! Um sorriso resplandecente desenhou-se-lhe na cara. Um desses sorrisos capazes de iluminar tudo, menos o caminho dos corredores nos quais se tinha embrenhado. Um tropeção numa mochila, e o spot de uma rádio.
Acordou. Fechou os olhos. Estremunhada e comandada pelo hábito, baixou o punho contra o despertador. Usou todas as forças para buscar de si o que tinha vivido ainda agora. Para voltar a adormecer depressa, antes que as imagens desaparecessem. Não! Não pode ter sido só um sonho! Estava tudo bem! Estava tudo tão bem… Como há muito se queria que estivesse!
Mas materializara-se ali. Na cama de todos os dias e todas as noites. O mesmo tecto a fitá-la, a mesma luz dos dias que têm sido entediantemente todos iguais a entrar pelas ripas da persiana abertas. Rolou sobre si. Ainda sentia as marcas do sonho. A dor tinha sido real, os sorrisos também. Tinha de facto estado onde não foi. Tinha sido feliz, e um spot de rádio esfumou tudo.
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