terça-feira, 20 de novembro de 2007

Se eu morrer nova

Se eu morrer nova podem ganhar muito dinheiro com isso, dado que as duas únicas coisas que me poderão matar em tenra idade são ou a CP, ou os STCP, e processando-os por vos privarem de tão maravilhosa existência que é a minha, terão uma conta bancária que fará inveja aos vencedores do Euromilhões. Não é Rib......oma?! *assobio*

Eu não ando de autocarro. Eu não gosto de andar de autocarro. Mas quando tem mesmo que ser, porque às vezes tem mesmo que ser, ora que remédio tenho eu, que enfiar-me num deles e esperar que seja viagem curta até ao meu destino, já que até essas custam martírios à minha paciência. Ontem pois teve mesmo que ser, que diz que a chuva molha e o meu caminho era longo. Calhou-me um 207 na rifa, classe essa que que tanto me tem prendado com viagens a dimensões perpendiculares ("e perpendiculares porquê", perguntam vocês, "quando costumam é ser paralelas?" [vou-me sair tão bem agora :') ] ora porque elas chegam a encontrar-se com a realidade! :D ...). Seguia então eu naquela que mais parecia uma viagem de visita de estudo, tanta era a percentagem de pré-biólogos que lá ia, que até estava a correr muito bem (e reparem que eu usei "muito bem"!), sem velhos com guarda-chuvas pendurados no casaco, nem velhas a pingarem todos com a ponta do guarda-chuva e a espetá-la, salvo seja, nos pés de quem lá vai, sem muita gente a entrar, mais era a que saía, até que, e malditas sejam as baratas que se enfiam nos cantos e levam a mulherada a usar botas bicudas, tão bicudas que não lhes conseguem manobrar a frente sem causar estragos, que estava uma dessas exterminadoras sentada no primeiro banco da parte de trás do bus, e nem por eu me ter mexido, nem por eu me ter desviado por duas vezes, nem por eu ter lançado um olhar fulminante às ditas armas massacradoras de baratas e incautos que viagem de pé nos autocarros, a gaja (e perdoem-me o termo, mas antes este que um pior...) se tocou. Pirolitos que se me arrebitaram no momento, lá seguiram viagem comigo, e eu me engane muito, ou foram eles que viraram todos os semáforos para vermelho no resto do caminho, para ajudar à festa (e acreditem que aquele semáforo ao lado do Santo António dava cabo da paciência até ao Jó, que ao que me fazem crer, era homem que a tinha de sobra). Mas não terão sido eles a pontuar o ponto máximo daquela viagem... Sabe quem conhece, ficará a saber quem não sabia, que a rua dos Clérigos desce que é uma coisa doida (em comparação com a outra da qual não sei o nome, mas que sobe como o dito-cujo, ouvi eu dizer!). Diz que choveu ontem por todo o país, e o Porto não foi excepção, aliás até como já fiz também saber. Diz que a STCP dá prejuízo, e há que poupar, onde melhor senão nos pneus, até porque diz que é dos carecas que elas gostam mais, coisa que a mim me soa como frase de código ou senha para qualquer coisa ultra-secreta, já que como desculpa não pega, e que verdade não é certamente, que eu sou uma "delas" e não gosto nada de carecas, e eu hei-de bastar para fazer desta premissa, uma premissa falsa. Mas ora pois então, e por meter silogismos ao barulho, se Borracha lisa escorrega no pavimento molhado (omg!); se Ontem choveu e os pneus do bus estavam carecas; O bus escorregou... (correcto correcto será dizer "derrapou"). Eu sou jovem, mas ainda assim tenho coisas que se me passam em revista quando sinto a vida em perigo. E ontem aconteceu quando ouvi o *som que fazem pneus a derrapar* pelos Clérigos fora. Temi pela vida como já não temia desde que ouvi o mesmo som, mas dessa vez estando na passadeira e vendo um brutamontes dum bus em direcção a mim. Dessa como desta, escapei, para viver mais à frente outras que tais...

Eu não gosto de monopólios. Nem do joguito nem daqueles à séria, na vida real. Já aqui me queixei do do Google, pelo menos, e agora vou-me queixar do da CP. Detém a porcaria das linhas de comboios todas, coitadas das linhas, que não têm culpa nenhuma, e então faz o que quer e bem lhe apetece. Poderia desenrolar aqui um rol de pontuações dignas de nota, mas são coisas que não interessam a ninguém que não a quem dizem respeito, e por isso não o vou fazer. Atentem só neste, que acontece amiúde: S.Bento, 8 linhas. Quadro de Partidas. Gente a acumular incessantemente, a olhar para ele, como que à espera de um milagre dos Céus. Ponteiros do relógio a aproximarem-se cada vez mais da hora de partida. Comboios estacionados! Mas não, não vamos fazer do comboio que está estacionado há meia-hora na linha 3 o comboio que há-de ir para Braga daqui a 10 minutos! Vamos esperar que chegue um daqui a 5 minutos na linha 7, e aí sim, vamos pôr esse para Braga, e fazer com que o povo reme todo para o lado contrário àquele em que está, quem sai do comboio, que são milhões deles, a quererem vir para aqui, e os que estão aqui, que são milhões deles, a quererem ir para ali! Melhor, vamos fazer isto 500 mil vezes ao dia, que pode ser que matemos alguém do coração, ou de um ataque de ansiedade, ou, quiçá, de esmagamento, pancadaria, ou trucidação!

É mesmo giro o mundo dos transportes públicos, não é?

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