Chamam-me menina mimada, preguiçosa ou comodista. Dizem ou pensam, "Porque nunca fazes nada", "Porque te aparece tudo feito", "Porque já tens idade para trabalhar em casa!", "Porque os papás te fazem tudo"... Ora pois, isso até é assim como que, digamos, portanto, verdade. Mas eis que quando me digno a fazer qualquer coisa, e com qualquer coisa entenda-se "pôr a mesa para o jantar", das duas, uma: ou o meu pai se mete comigo, me pica em tom de gozo "Foi a minha filha quem pôs a mesa...", porque eu dobro os guardanapos como só eu dobro os guardanapos; ou vou ter ao hospital.
E, 'tá bem que chateia ir para o hospital com um lanho na mão, que mais parecia (em aspecto e não em tamanho), com um naco de peru a ser golpeado no talho -e eu só tenho pena de não ter tido sangue frio para lhe tirar uma foto, que coisas daquelas não se vêem todos os dias (e eu espero não ver mais, pelo menos em mim), e era bem giro!-, mas agora vou contar para as estatísticas parvas que vêm ao de cima nos balanços de fim de ano, da percentagem de acidentes domésticos que houveram no país, em 2008, ocupando Portugal a enésima posição face aos restantes países da Europa, e eu feita número, lá metida p'ó meio, porque sou trepa.
Além disso fui atendida por uma médica Espanhola (deve ter vindo numa promoção da gasolina, "Abasteça a frota de veículos de emergência médica na Galiza, e leve totalmente grátis, sem sorteios e isento de quaisquer encargos adicionais, uma cirurgiã") que, e se eu já sou apelidada de "exagerada" vezes se conta, não sei o que chamarão à Sra. Dra., me entrapou toda por um cortezito do tamanho dum dente de alho, que ainda por cima está na zona dos nós onde se contam os dias dos meses e dos quais eu não sei o nome, zona essa que quase ficava à mostra.
Mas como "quem sai aos seus não degenera", a senhora tem pois desculpa, porque aquando da triagem, e depois do enfermeiro me perguntar se eu tinha dores, eu ter dito que não, apareceu-me na ficha um 3 na alínea "escala de dor"... Sem comentários...
Além disso fui atendida por uma médica Espanhola (deve ter vindo numa promoção da gasolina, "Abasteça a frota de veículos de emergência médica na Galiza, e leve totalmente grátis, sem sorteios e isento de quaisquer encargos adicionais, uma cirurgiã") que, e se eu já sou apelidada de "exagerada" vezes se conta, não sei o que chamarão à Sra. Dra., me entrapou toda por um cortezito do tamanho dum dente de alho, que ainda por cima está na zona dos nós onde se contam os dias dos meses e dos quais eu não sei o nome, zona essa que quase ficava à mostra.
Mas como "quem sai aos seus não degenera", a senhora tem pois desculpa, porque aquando da triagem, e depois do enfermeiro me perguntar se eu tinha dores, eu ter dito que não, apareceu-me na ficha um 3 na alínea "escala de dor"... Sem comentários...
De mais a mais, qualquer tarefa é para mim uma vitória, dado que despir uma camisola, vestir um casaco, ou comer uma banana, são agora empreitadas que ganharam dimensão de odisseia. (É que não consigo mexer os dedinhos à conta da escala de dor, e há posições em que o naco de peru me faz lembrar da sua existência). Mas não me queixo. Tenho desculpa para nunca mais fazer nada :D
3 comentários:
Só para não restarem dúvidas:
-foi um corte fundo que não sangrou, mas que mostrou muito do que se passa para lá da derme;
-não trouxe pontos que valem descontos ou qualquer outro tipo de bónus no Sistema Nacional de Saúde (e ainda bem);
-tive sim foi direito a uma cola com ar de tinta de caneta, que é muito mais xpto e tem pinta de filme ou série norte-americana! :D
já tive umas desculpas assim, desse tipo! é pena colarem durante pouco tempo =x
e as melhoras para o naco de peru!!
Se eles se esquecerem, eu relembro-lhes :P
obrigada ;)
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