sábado, 8 de novembro de 2008

Depois de um coelhos e dois pássaros, um rato

Lá ia eu na minha, porque ainda não vou tendo autorização para andar na de outros, quando eis senão que me surge no campo de visão, saltitante, assustado, fugidio, ou simplesmente parvalhão, um rato. O que, por si só, já era estranho o suficiente, tornou-se mais caricato. Ao vê-lo em tais preparos e porque, volto a dizer, há coisas para as quais não estou preparada ou, pelo menos, a contar com, segui-o com o olhar. E o que fez o desgraçado?! Tentou saltar um daqueles micro-muros que há, a separar os jardins dos passeios. Primeiro, quando digo "micro-muro", é mesmo "micro-muro", uma daquelas "lombinhas" de cimento (espero mesmo estar-me a fazer entender). Segundo, quando digo "tentou", é mesmo "tentou", porque ainda que lançado feito foguete, o desgraçado do bicho não atinou com a altura do murinho, e espetou-se contra ele. E quando digo "espetou-se contra ele" é mesmo "espetou-se contra ele", assim à desenho animado, numa daquelas imagens que sonorizam logo um *ponks*, o bicho de patas no ar e costados no chão, um levantar atordoado, um abanar de cabeça, pronto logo para seguir caminho, que da forma que ia, havia mesmo de ter destino. Nem houve duas sem três, nem só à terceira é que foi de vez. Feliz daquele que aprende à primeira, e que quando cai se levanta sem queixume aparente.
Não tive senão remédio que me rir a bom rir. Só posso mesmo ser feliz duma felicidade que nos extravasa o ar pelas cordas vocais e nos espasma o diafragma, sem vergonhas nem embaraços. Pois bem que assim seja. É fantástico tamanha leveza!

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