Muito menos empolgante ou grandioso que as sortes entre amor e jogo, que lá diz o povão, andam sempre de costas voltadas -que nem sequer entro por aí, que têm-se visto as minhas, que nem dum lado nem doutro...- há coisas muito mais corriqueiras e vulgares, coisas nas quais a minha pressuposta estrelinha falha incomensuravelmente. Falo pois das mesas. Calha-me sempre, mas sempre, uma mesa coxa. Já não me lembro do dia em que, sozinha numa mesa de quatro pernas (porque, felizmente, muitas das mesas que ultimamente me servem, são corridas, em jeito de anfiteatro), ela não desatou a abanar ao mínimo toque, ao mais pequeno deslize da caneta. Quantas vezes já tive que pedir, em exames e testes e afins, "uma folha de rascunho para calçar a mesa"; quantas vezes não tive já que arrancar uma folha do caderno para, pois claro, calçar a mesa, e no dia seguinte chegar à mesma sala, ao mesmo lugar, e ver que as empregadas, para mostrar serviço, tiraram a folha, a mesa continua a abanar, e o cotão ao correr do rodapé ainda lá está todo, como que a rir-se da minha desgraça.
É particularmente chato quando isto acontece num exame. Principalmente quando não há folhas de rascunho, é, no entanto, preciso fazer rascunhos, e tem que se usar as costas de outra folha de outra parte do exame para o fazer, e depois se tem que apagar com a borracha (um comentário a isto dava pano pa mangas, costas e frentes duma camisola para o Jô Soares, mas também não vou nem entrar por aí...). Reza um silêncio compenetrado em toda a sala. Nem carros se ouvem, somente pássaros que alheios ao mundo dos humanos, são felizes em galhos e voos. Um cão ladra lá fora. Um jovem espirra cá dentro. E de repente, PUMPUM PUMPUM PUM, a minha mesa abana como que possuída pelo Ricther mais a escala dele, numa criação conjunta de mais um nível. Acrescente-se-lhe pois o facto de a minha letra ser, assim em traços gerais, incompreensível. Digamos que se fosse um requisito necessário para ingressar na carreira médica, a esta altura eu já era Professora Catedrática na mais prestigiada Faculdade de Medicina do Mundo... Agora imaginem quando a mesa abana em compasso alternado ao meu escrever... Se eu reprovar no exame, vou culpar a mesa.
Bem sei que dizem que a dos coxos é mais comprida. Falo, obviamente da longevidade, que mais haveria de ser, e logo vindo de mim!... Pois eu posso bem comprová-lo, mas ainda assim, não me consigo habituar. E, além do mais, sou óptima a arranjar desculpas!
É particularmente chato quando isto acontece num exame. Principalmente quando não há folhas de rascunho, é, no entanto, preciso fazer rascunhos, e tem que se usar as costas de outra folha de outra parte do exame para o fazer, e depois se tem que apagar com a borracha (um comentário a isto dava pano pa mangas, costas e frentes duma camisola para o Jô Soares, mas também não vou nem entrar por aí...). Reza um silêncio compenetrado em toda a sala. Nem carros se ouvem, somente pássaros que alheios ao mundo dos humanos, são felizes em galhos e voos. Um cão ladra lá fora. Um jovem espirra cá dentro. E de repente, PUMPUM PUMPUM PUM, a minha mesa abana como que possuída pelo Ricther mais a escala dele, numa criação conjunta de mais um nível. Acrescente-se-lhe pois o facto de a minha letra ser, assim em traços gerais, incompreensível. Digamos que se fosse um requisito necessário para ingressar na carreira médica, a esta altura eu já era Professora Catedrática na mais prestigiada Faculdade de Medicina do Mundo... Agora imaginem quando a mesa abana em compasso alternado ao meu escrever... Se eu reprovar no exame, vou culpar a mesa.
Bem sei que dizem que a dos coxos é mais comprida. Falo, obviamente da longevidade, que mais haveria de ser, e logo vindo de mim!... Pois eu posso bem comprová-lo, mas ainda assim, não me consigo habituar. E, além do mais, sou óptima a arranjar desculpas!
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