sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Fui caça!

E desta vez, sem fuga possível. Lançaram-me um ataque surpresa, rápido e eficaz como é bem apanágio dos ataques surpresa, e quando dei conta do que me estava a acontecer, já era tarde para esboçar uma tentativa de fuga, sequer.

Não é que estando eu muito sossegada na minha (porque quando estou na minha, estou sossegada. Às vezes na dos outros é que é mais crítico...), começo a ouvir um som do género camião-de-carga-pesada-mas-com-pouca-carga-,-todo-ele-abanando seguido dum turbina-dum-avião-a-cair. Apresso-me para a janela e já só vejo as galinhas do Centro das Novas Oportunidades em frente todas histéricas (não, não, "ainda mais histéricas", isso sim!), com os pulmões todos apertados nos casacos curtos e 3 números abaixo, que deixam transparecer pneus (sobresselentes e não só...).

Penso "se caiu, aqui não fez mossa", e volto a embrenhar-me na minha papelada.

De repente, "vuuuuu" outra vez, cada vez mais forte, corro para a janela, e qual não é o meu espanto quando, e qual puto que acabou de ver o trenó, as renas e o Pai-Natal a esvoaçar os céus, vejo um caça (percebem agora o título? Que analogia pertinente, hein?) em voo pouco menos (mais?) que rasante ao prédio em frente! Bem, a galinhagem toda ao pinchos, pulos, gritos, que se voar fosse preciso assim o teriam feito, não fosse a ameaça vir do ar; os pedestres, protegidos pelos seus guarda-chuvas, quedaram-se onde estavam, com receio que o movimento os denunciasse; os donos das lojas esconderam os papéis falcatruados no esconderijo secreto -não fosse estar na calha uma qualquer revolução, e convém começar épocas da História com o cadastro, já que com a consciência chega a ser mais difícil, limpo-, e à rua foram espreitar, como se nada fosse.
E eu, da minha janela lá os sosseguei: "Calma minha gente, não se preocupem, isto foi só o Sócrates que se chateou comigo e com as coisas que eu digo, e vai aniquilar a cidade para abater esta ameaça palpitante". Drama Queen dum raio, que não aceita nada e reage logo toda áspera!

A minha sorte é que tenho connects na Força Aérea, e tudo acaba bem quando se puxam os cordelinhos certos, e sobrevivi a esta para contar a estória. Mas já instalei baterias anti-aéreas na varanda, não vá o Sócrates tecê-las...


(P.S.: diz que são simulacros da Força Aérea. Diz que aos pilotos são-lhes dadas coordenadas e eles têm que "atacar" essa zona. Eu só não acredito em coincidências, é só isso. Pero que las hay, hay...)

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