quinta-feira, 18 de março de 2010

Eu, a minha mãe, e as confusões que ela me arranja

Eu tenho duas gatas. Tão diferentes quanto é possível imaginar e ser, de facto. Uma, é gordíssima, preta e ela-própria-ó-cêntrica; a outra, é pequeníssima, magrérrima, branca, e pirralhinha. Dão-se as duas muito bem excepto quando se dão mal. E a razão pela qual se dão mal, a maior parte das vezes, é porque uma quer estar sossegada e sozinha, e a outra quer ir para a beira dela, algumas vezes para chatear, outras só para ficar no aconchego.
"Quando um não quer, dois não brincam", quando a gordita não quer, engrossa a voz, põe as orelhas para trás, faz cara de má e bufa. Em casos extremos ou quando isto não é travado a tempo com duas sapatadas no lombo, parte para a agressão física à pequena.
Ora, estava eu em casa e toca o telemóvel. Era a senhora minha mãe, que sabia que eu estava, de facto, em casa, pois minutos antes havia-me ligado a perguntar isso mesmo. Nanossegundos depois, uma gata chega-se à outra, a outra "rosna-lhe" e bufa-lhe, e eu já nem ouço a minha mãe e *paz*, sapatada no lombinho. Adiantou? Oh adiantas! Continuou, e não foi a única porque eu também. De referir que ela é muito senhora do seu focinho e que não se deixa ficar, e que quanto mais leva, mais resmunga. E eu, não gosto que me percam o respeito, e danada que estava a ficar, digo à senhora minha mãe "não ouvi nada do que disseste, espera um bocadinho, que vou ter que me impor", desvio o telemóvel, e já fora de mim, solto um "QUE CARAGO, PÁ!"

Vindo do telemóvel, como o ribombar dum relâmpago que começa ao longe muito longe e vem vindo com toda a sua plenitude, que quando estourar, ai meu Deus!, que vai tudo com os porcos, que até as fundações da Terra vão sucumbir à sua força, chega-me uma voz ao ouvido que me diz: "Tu disseste 'está calado, pá'?!
Bem, senti toda a força da minha mãe a querer esmagar-me naquele instante, juro que até senti um choque no telemóvel, de certeza que proveniente das faíscas que lhe saiam pelos olhos!

Mas, minha mãe, achas mesmo que se eu tivesse um menino cá em casa:
a) e conseguisse ainda assim ouvir o telemóvel, lhe pedia para estar calado? Dava-lhe mas é um pontapé no traseiro pela porta fora, que se é para ter os sentidos despertos, ponho-me a estudar, ou a fazer puzzles!

b) e mesmo que conseguisse ouvir o telemóvel, o atenderia?

c) e mesmo que o atendesse, resmungava com ele de maneira a que tu ouvisses?

Minha mãe, pensava que me tinhas em melhor consideração...

2 comentários:

Daniel disse...

Como a tua Mãe te conhece... :P

who's yo' mama?! disse...

Au contraire, mon cher, au contraire... ;)