De todas as coisas, de tantas essas coisas que tenho que aguentar, uma delas tinha que ser a pior...
Não são as lágrimas engolidas, travadas na garganta com a força que só o medo de as mostrar, o medo de ter que as explicar, é capaz. Não são os gritos abafados cá dentro, silenciosamente ruidosos, imperceptivelmente audíveis. Não é o tempo e o espaço desfazados de mim. Não é a peça fora do sítio. Não é o estar e o querer e o ter desacertados entre si. Não é o desviar do olhar, na esperança de que sem te ver, não te dês conta de mim. Na esperança de que ainda me vejas com os meus olhos.
São as saudades. É a tua voz, o teu riso, a tua presença, sem que eu fale ou ria ou esteja. Sem que nada seja para mim. É o voltar atrás nas memórias e as opções tomadas arderem cá dentro, e ter que viver com elas. É o não saber que dizer, tão-pouco, se o dizer. É o tu onde me encontro sem nunca saber de mim, é a falta de ti onde não estou. É a força que me faz falta, é o espaço confinado num olhar atirado para o chão, numa vontade de sair e ficar, numa palavra insignificante, gravada a fogo indelével num coração sequioso, gravada num instante perene que ao tempo não faz falta.
São as saudades. É a tua voz, o teu riso, a tua presença, sem que eu fale ou ria ou esteja. Sem que nada seja para mim. É o voltar atrás nas memórias e as opções tomadas arderem cá dentro, e ter que viver com elas. É o não saber que dizer, tão-pouco, se o dizer. É o tu onde me encontro sem nunca saber de mim, é a falta de ti onde não estou. É a força que me faz falta, é o espaço confinado num olhar atirado para o chão, numa vontade de sair e ficar, numa palavra insignificante, gravada a fogo indelével num coração sequioso, gravada num instante perene que ao tempo não faz falta.
Esta palavra saudade
Sete letras de ternura
Sete letras de ansiedade
E outras tantas de aventura
Esta palavra saudade
A mais bela e a mais pura
Sete letras de verdade
E outras tantas, de loucura
Sete pedras, sete cardos
Sete facas e punhais
Sete beijos que são nados
Sete pecados mortais
Esta palavra saudade
Dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta, fica na cama a chorar
Esta palavra saudade
Sabe a sumo de limão
Tem um travo de amargura,
Que nasceu no coração
Ai palavra amarga e doce estrangulada na garganta
Palavra com se fosse o silêncio, que se canta
Meu cavalo imenso e louco a galopar na distância
Entre o muito e entre o pouco, que me afasta da infância
Esta palavra saudade é a mais prenha de pranto, como um filho nascesse
Por termos sofrido tanto
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva
Esta palavra saudade sabe ao gosto das amoras
Cada vez que tu não vens, cada vez que tu demoras
Ai palavra amarga e doce, debruçada na idade
Palavra como se fossemos resto de mocidade
Marcada por sete letras a ferro e a fogo no tempo
Ai, palavra dos poetas que a disparam contra o vento
Esta palavra saudade dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta fica na cama a chorar
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva
Sete Letras - Ary dos Santos
Sete letras de ternura
Sete letras de ansiedade
E outras tantas de aventura
Esta palavra saudade
A mais bela e a mais pura
Sete letras de verdade
E outras tantas, de loucura
Sete pedras, sete cardos
Sete facas e punhais
Sete beijos que são nados
Sete pecados mortais
Esta palavra saudade
Dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta, fica na cama a chorar
Esta palavra saudade
Sabe a sumo de limão
Tem um travo de amargura,
Que nasceu no coração
Ai palavra amarga e doce estrangulada na garganta
Palavra com se fosse o silêncio, que se canta
Meu cavalo imenso e louco a galopar na distância
Entre o muito e entre o pouco, que me afasta da infância
Esta palavra saudade é a mais prenha de pranto, como um filho nascesse
Por termos sofrido tanto
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva
Esta palavra saudade sabe ao gosto das amoras
Cada vez que tu não vens, cada vez que tu demoras
Ai palavra amarga e doce, debruçada na idade
Palavra como se fossemos resto de mocidade
Marcada por sete letras a ferro e a fogo no tempo
Ai, palavra dos poetas que a disparam contra o vento
Esta palavra saudade dói no corpo devagar
Quando a gente se levanta fica na cama a chorar
Por termos sofrido tanto
É que a saudade está viva
São sete letras de encanto
Sete letras por enquanto,
Enquanto a gente for viva
Sete Letras - Ary dos Santos
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