terça-feira, 22 de maio de 2007

E em certa medida, ainda bem que chove...

São só as pessoas. São só as situações. São só os espaços, os lugares, o tempo. Os sons, as palavras, as frases. As cores, as imagens, os gestos. Os cheiros. São só os cinco sentidos a trazerem recordações, a avivarem memórias por esquecer, pedaços do passado quebrados pelo tempo, decepados pelo presente.
É só o passar por aqui, o estar ali, o ir acolá. É só o já ter passado aqui, já ter estado ali, já ter ido acolá. São só a solidão e o silêncio, porque já são demais, porque já chega deles, porque insistem em não acabar. Porque nunca deles gastei quando tu estavas.
São os dias que não prestam, são as horas que não correm, é a gravidade a não ajudar e a puxar ainda mais para baixo. São só as saudades, a falta que me fazes. É só o nunca ter sido com ninguém como contigo, é só o nunca ter tido ninguém como tu. É o medo de to dizer. É o medo de voltar a ouvir o que não quero. É o medo de nada voltar a ser como dantes. Diz-me, é impossível? O prolongamento de ti já não pende para este lado? Se voltássemos atrás, teríamos chegado ao que estamos hoje? Ou faríamos as voltas do Mundo serem diferentes?


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