terça-feira, 8 de junho de 2010

O Transbordo da Paciência

Estou tão, mas tão fartinha do Mundial! Mas mesmo pela pontinha dos cabelos (e oh que eles agora estão grandes!) É verdade que dizer "Mundial" é generalizar um bocadito em demasia -passo o erro gramatical enorme que devo estar a cometer-. A questão está mais na Selecção Portuguesa. De cada vez que começam uma frase com "a selecção", "os incríveis", "os jogadores", "o treino", já nem dou tempo ao locutor de fazer a pausa da tentativa frustrada de suspense que prende os ouvintes, e mudo logo de canal! Começo a não ter muita escolha, mas graças a não-sei-bem-a-quem, mas a quem aproveito desde já para agradecer, temos sempre a RTP2, que entre séries, desenhos-animados, documentários e outros programas que tal, me vai acalmando a cólera.
A culpa começou pelas irritantes vuvuzelas, que eu até podia ter feito o esforço de ignorar não fossem levar também com honras de serviços informativos, e foi sendo construída não tão gradualmente quanto isso pelas constantes referências a tudo o que envolve a selecção de Portugal, desde o que fazem ao que dizem, passando pelo que comem e o que vestem, não sem dar ênfase à previsivelmente pouco interessante hora do dia em que têm comichão na ponta do nariz ou ao ritual do corte das unhas dos pés. Sinceramente, ainda há quem ligue? Ainda há quem se interesse e fique grudado à espera de detalhes que não levam a lado nenhum? E, além do mais, acham mesmo que "vai ser desta"? Dizia o meu pai há dias atrás: "Jogador de futebol agora não serve para jogar, é para dar conferências..." Mas... Porquê? O futebol joga-se num recinto delimitado por quatro linhas, porque não deixá-lo ser "apenas" isso, tão-só a sua essência?
Eu já estou farta do Mundial com Portugal, e há semanas que dou por mim a querer que isto acabe e ele ainda nem sequer começou. E não me venham dizer que é falta de Patriotismo, que Patriotismo teve o Afonso Henriques (Patriotismo ou vaidade, mas assim como assim, a segunda de mão dada com a primeira até se livra de ser pecado, ainda mais capital), e ninguém se incomodou em patrociná-lo ou filmá-lo em cima de cada cavalo que tinha, ou estampar-lhe a cara em camisolas de fraco gosto.

E eu até gosto de futebol, apesar de sentir que, a cada minuto que passa, me estão a matar esta paixão. Obrigadinha!

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