Toda a gente conhece aquele provérbio que diz "Em dias de S. João vai tratar da dentição". Quem não conhece, é porque nunca precisou de arranjar mnemónicas para ter em ordem os seus check-up's anuais nas mais diversas especialidades.
Este é, então e por excelência, um dos dias do ano por que mais anseio. Não sei se sabem ou se ainda se lembram, mas eu nutro uma paixão avassaladora pelo meu estomatologista -porque somos chiques e não há cá "dentista" para ninguém!- É uma coisa tão intensa que, se eu não odiasse tanto a boca a saber a papel pautado reciclado, comia chocolates e trincava rebuçados sem lavar os dentes a seguir antes de ir para a cama, só para a bicharada poder prosperar durante a noite no quentinho bem-bom, e eu ter que ir mais regularmente visitar o homem que me faz abrir a boca mais por admiração que por obrigação. Eu até sou utilizadora assídua de fio-dental (nos dentes) só para, de cada vez que ele me pergunta se eu uso, dizer-lhe que sim e piscar-lhe o olho atrevidamente. Convenhamos, o homem até tem que pôr o aspiradorzinho de saliva na minha boca de cada vez que fala comigo só para que a baba que o meu assombro gera, não lhe encharcar o consultório!
E eu conto isto a um grupo restritíssimo de pessoas, não só porque poucos me lêem mas, e principalmente, porque poucos sabem quem sou e quem é o meu dentis... perdão, estomatologista. Logo, não há perigos de maior porque quem não deve nunca o saberá. Somos os dois extremamente felizes, mas é no meu mundo e nele só entra quem eu quero e deixo.
Agora imagine-se que algo do que ali explanei entrava em segredo de justiça. Ficava-se logo a saber! E podia ser muito mal interpretado, e o senhor ainda arranjava problemas na clínica, com a senhora que não sei se tem, enfim, tudo por aí abaixo e era um ver-se-te-havias. É que, no fundinho fundinho, são as questões dentárias que me levam ao consultório.
No final das questões dentárias, dez-me ele para "bochechar muito e muitas vezes" com a água que tem no copinho de plástico. Sim senhor, *chuk chuk chuk chuk*, limpa a beicinha ao guardanapo, afiambro-me para tirar o babete e eis que sou travada pela partner que aparece sempre quando é precisa, vinda não-se-sabe-de-onde: "Espera, espera!"
Pára tudo! Que não se pode mexer nas pinças de metal que seguram o babete, que a senhora empertiga-se toda!
Nada mais errado.
Continua ela, enquanto molha a pontinha do guardanapo em água: "...É que tens aqui pasta no lábio. E não convém que vais lá para fora com bocadinhos brancos aqui", e manda-me um sorriso daqueles, que até eu, quantas vezes, escondi por não ser próprio!
Tu queres ver que a mulher para além de surgir por geração espontânea, ainda lê pensamentos? Tu queres ver que ela também é fã do homenzarrão que é o dentis... perdão, estomatologista? AII AI A SAFADA!, tu queres ver que ela e o senhor doutor coiso e tal e agora vêm para cima de mim com "ai se sais daqui assim, o que vão pensar, o que vai ser de nós, ai ai ai, ai ai ai?!"
Lá prestável a senhora é, isso ninguém lhe tira. Que lá me limpou o lábio qual prata a ser lustrada e me tirou o babete. Mas a pulga atrás da orelha, cá ficou, até porque quando estava a pagar, o sô tôr passou umas impacientes quatro vezes para lhe dizer que se ia embora. Safados pá... Já não há gente séria.
Este é, então e por excelência, um dos dias do ano por que mais anseio. Não sei se sabem ou se ainda se lembram, mas eu nutro uma paixão avassaladora pelo meu estomatologista -porque somos chiques e não há cá "dentista" para ninguém!- É uma coisa tão intensa que, se eu não odiasse tanto a boca a saber a papel pautado reciclado, comia chocolates e trincava rebuçados sem lavar os dentes a seguir antes de ir para a cama, só para a bicharada poder prosperar durante a noite no quentinho bem-bom, e eu ter que ir mais regularmente visitar o homem que me faz abrir a boca mais por admiração que por obrigação. Eu até sou utilizadora assídua de fio-dental (nos dentes) só para, de cada vez que ele me pergunta se eu uso, dizer-lhe que sim e piscar-lhe o olho atrevidamente. Convenhamos, o homem até tem que pôr o aspiradorzinho de saliva na minha boca de cada vez que fala comigo só para que a baba que o meu assombro gera, não lhe encharcar o consultório!
E eu conto isto a um grupo restritíssimo de pessoas, não só porque poucos me lêem mas, e principalmente, porque poucos sabem quem sou e quem é o meu dentis... perdão, estomatologista. Logo, não há perigos de maior porque quem não deve nunca o saberá. Somos os dois extremamente felizes, mas é no meu mundo e nele só entra quem eu quero e deixo.
Agora imagine-se que algo do que ali explanei entrava em segredo de justiça. Ficava-se logo a saber! E podia ser muito mal interpretado, e o senhor ainda arranjava problemas na clínica, com a senhora que não sei se tem, enfim, tudo por aí abaixo e era um ver-se-te-havias. É que, no fundinho fundinho, são as questões dentárias que me levam ao consultório.
No final das questões dentárias, dez-me ele para "bochechar muito e muitas vezes" com a água que tem no copinho de plástico. Sim senhor, *chuk chuk chuk chuk*, limpa a beicinha ao guardanapo, afiambro-me para tirar o babete e eis que sou travada pela partner que aparece sempre quando é precisa, vinda não-se-sabe-de-onde: "Espera, espera!"
Pára tudo! Que não se pode mexer nas pinças de metal que seguram o babete, que a senhora empertiga-se toda!
Nada mais errado.
Continua ela, enquanto molha a pontinha do guardanapo em água: "...É que tens aqui pasta no lábio. E não convém que vais lá para fora com bocadinhos brancos aqui", e manda-me um sorriso daqueles, que até eu, quantas vezes, escondi por não ser próprio!
Tu queres ver que a mulher para além de surgir por geração espontânea, ainda lê pensamentos? Tu queres ver que ela também é fã do homenzarrão que é o dentis... perdão, estomatologista? AII AI A SAFADA!, tu queres ver que ela e o senhor doutor coiso e tal e agora vêm para cima de mim com "ai se sais daqui assim, o que vão pensar, o que vai ser de nós, ai ai ai, ai ai ai?!"
Lá prestável a senhora é, isso ninguém lhe tira. Que lá me limpou o lábio qual prata a ser lustrada e me tirou o babete. Mas a pulga atrás da orelha, cá ficou, até porque quando estava a pagar, o sô tôr passou umas impacientes quatro vezes para lhe dizer que se ia embora. Safados pá... Já não há gente séria.
2 comentários:
Não vou escrever mais nada agora porque me escangalho a rir sempre que cá passo.
É que até nos teus comentários me fazes gargalhar. Este blog precisa de um aviso aos mais sensíveis. xD
Estomatologista... o que a menina quer sei eu.
A gerência deste blog não avisa ninguém de nada, porque gosta de criar confusão nas pessoas e no geral. No entanto, também não se responsabiliza por perdas de peças. Podemos, quanto muito, é entregar um papelinho de instruções à-la-IKEA, e cada um trata de si o melhor que puder...
Mas, mais uma vez, acho que a questão não está no blog, mas sim no "mais sensíveis". Eu acho que ninguém me acha piada. Só mesmo a minha mãe (mas ela também diz que canto bem e é o que se sabe), e tu em alturas que nem o Demo conseguiria explicar.
E eu não peço muito. O homem trata-me do sorriso em mais do que um aspecto e, com isso, já fico bem! ;)
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