Diz-me a senhora minha mãe: -O teu cabelo está enorme!
Extasiada que ando com este facto, que vê-se bem que não tenho caquinha nem demais porcarias na cabeça que lhe sirvam de estrume, que o desgraçado do cabelo primeiro que cresça, ganham os porcos asas e as galinhas dentes, respondo com um sorriso luminoso, felicíssima por não ser a única a disso me dar conta, toda eu envolta num anúncio à Herbal Essences (mas sem gritinhos orgásmicos, que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa): -Não está?
E eis que, qual rasteira mesmo dirigida à canela da alma, atira a minha mãe, acordando-me de todo aquele cenário: -'Tás mesmo a precisar de o cortar...
"ibwr keynir wekubrc!", argumentei eu, enquanto recuperava do choque e apanhava, ainda atordoada e com as pernas trôpegas, todos os resquícios de dignidade que via pelo chão. Vendo que era um argumento facilmente refutável, construí um: -Até parece que não andaste tu própria, e quando estes meus eram os teus anos, de cabelo comprido, até mais comprido que o meu! [BAM! Desta já não te levantas!]
Desconcerta-me ela, mais uma vez, mesmo quando eu pensava não ser possível: -Até meio das costas!
"iiuh dnfwe nhcnwfg", voltei a dizer, e ficamos com a conversa barra coça das antigas por ali, e não sei se ganhei eu se ganhou ela, que acho que aquela minha estucada final acabou por ser por ela empunhada sem que nenhuma de nós disso tirasse proveito, a não ser ela que era um mulherão de cabelo comprido e domado. E usou isso contra mim e agora estou a pensar rapar o meu.
Extasiada que ando com este facto, que vê-se bem que não tenho caquinha nem demais porcarias na cabeça que lhe sirvam de estrume, que o desgraçado do cabelo primeiro que cresça, ganham os porcos asas e as galinhas dentes, respondo com um sorriso luminoso, felicíssima por não ser a única a disso me dar conta, toda eu envolta num anúncio à Herbal Essences (mas sem gritinhos orgásmicos, que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa): -Não está?
E eis que, qual rasteira mesmo dirigida à canela da alma, atira a minha mãe, acordando-me de todo aquele cenário: -'Tás mesmo a precisar de o cortar...
"ibwr keynir wekubrc!", argumentei eu, enquanto recuperava do choque e apanhava, ainda atordoada e com as pernas trôpegas, todos os resquícios de dignidade que via pelo chão. Vendo que era um argumento facilmente refutável, construí um: -Até parece que não andaste tu própria, e quando estes meus eram os teus anos, de cabelo comprido, até mais comprido que o meu! [BAM! Desta já não te levantas!]
Desconcerta-me ela, mais uma vez, mesmo quando eu pensava não ser possível: -Até meio das costas!
"iiuh dnfwe nhcnwfg", voltei a dizer, e ficamos com a conversa barra coça das antigas por ali, e não sei se ganhei eu se ganhou ela, que acho que aquela minha estucada final acabou por ser por ela empunhada sem que nenhuma de nós disso tirasse proveito, a não ser ela que era um mulherão de cabelo comprido e domado. E usou isso contra mim e agora estou a pensar rapar o meu.
3 comentários:
Lá em casa, esses comentários eram função do pai. Ahh vais cortar o cabelo? Pontas? O que é isso? Quem vai ao cabeleireiro é para cortar que se veja. Um palmo pelo menos.... um dia fiz isso. O choque, escândalo. lol
E agora estou aqui a esperar 3, 6 eternidades para ficar gigantó-volumoso como antes.
Isto pra dizer que nem sempre os pais e mães sabem tudo. Deixa crescer.
Deixa crescer... e não uses o cabelo preso. Fica-te bastante bem apesar de achares o contrário.
(Não querendo dizer com isto que teres o cabelo preso fica-te mal, não! Nada disso!)
A não ser que faças uma trança como da outra vez! ;)
Pusinko: O meu pai é mais homem para não dar conta de que eu fui ao cabeleireiro, nem que isso implique chegar a casa com o cabelo liso e solto e esvoaçante.
E também já semeei muito descompassar do coração quando cortei o cabelo curtinho curtinho. É giro, deixar o povo atarantado! :D
Ribossoma: Uso-o preso porque sou preguiçosa e tê-lo-ia que arranjar para deixá-lo solto, e não tenho pachorra para isso. E a mim fica-me tudo bem, que os meus paizinhos não brincaram em serviço quando me fizeram.
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