sábado, 30 de julho de 2011

Raquel vai à igreja

Se me confessei? Não, ganhem juízo. Tão-pouco acredito que isso expiasse os meus pecados. "Então não acreditas em pecados!" Não amores, acredito, porque até para o bom-senso os há, não precisamos de nenhum Messias que no-los dite para uma tábua no deserto. Mas vá, ao que interessa! Divagadores, pá...

Não direi que são o melhor sítio para ouvir música clássica -que a música clássica ouve-se bem em qualquer lado-, mas que as igrejas têm o seu quê de fantástico, têm. A acústica é óptima, e há algumas que a isso, aliam uma construção calmante, arriscarei dizer. Há as paredes de pedra, os tectos altos, o chão frio. Hoje, houve também a Orquestra da Juventude de Bremen.

Tocam bem que se fartam, e o maestro, bem!, o homem não se limita a vibrar com a música, ele vive-a! Eu nunca vi tal coisa! Achava eu que em allegros bastava a vigorosidade da percussão, bastava a intensidade do sopro, bastava o acelerar do arco nas cordas. Que em adagio bastava a carícia do ar no bocal, a meiguice dos pêlos de cavalo nas cordas, o sono da percussão. Chega, mas não basta. É preciso o Stefan Geiger para tudo ganhar outro sentido, outro peso, outra grandiosidade. Ele até tem o cabelo cortado propositadamente para o seu ofício, certamente! Lembram-se dos míticos cortes "à tigela"? Pronto, é do género. E é uma delícia vê-lo ganhar vida a cada compasso mais acelerado.

E as expressões do senhor? O menino da percussão (no qual eu colei, aproveito desde já para pedir a quem de direito, para atentarem na colocação dos músicos, porque eu sou facilmente "distraível" e há visões que me fazem divagar muito...) e que está em local privilegiado face ao maestro, volta e meia lá se ria, porque são expressões e trejeitos absolutamente desarmantes.

E, sabíeis vós, que nós temos um compositor Português que, do alto dos seus 22 anos (é que já ninguém tem 22 anos, por favor...) já faz furor no estrangeiro, e estreou hoje uma obra? Não me deliciou, mas a interpretação foi avassaladora!

Enfim, a juventude não está perdida, afinal... E eu, estou com Mendelssohn na cabeça.


5 comentários:

capt. jackie disse...

A sério? Ir para a igreja para "colar" em rapazes?!
Acho que já não tens salvação! :P

Pusinko disse...

Li este post a meio da noite em que foi publicado, tinha eu feito mais um teste ao raio da Tequilla Patrón que é boa comó catano.
E vejo "Raquel vai à igreja" Não é que te conheça bem, mas conheço algumas coisas para tirar certas elações. Ora a primeira que tirei não foi a teu respeito. Foi a meu. E foi qual, perguntas tu? Foi a seguinte: "Pusinko, essa Tequila enganou-te bem e agora anda a dançar na tua cabeça que até já lês coisas sem nexo. Raquel vai à igreja... ahaha Bebesses água!"

MAs depois passou-me... Não consegui responder, apesar de ter lido na hora.
Três dias volvidos, este post teve uma motivação séria que foi experimentar a maravilha que é a acústica das igrejas e não mostrar o lado rezadeiro da rapariga de nome Raquel.
Ainda bem que gostaste! Momentos assim ficam sempre guardados por todo o ambiente diferente que rodeia o concerto. Fui uma vez a um concerto de órgão de tubos numa catedral antiguinha do nosso Portugal, era bem pequena e nunca mais esqueci :)

Um notinha extra para a reacção escandalizada do teu mui nobre leitor Ribossoma xD
Pois que quando se tem olhinhos na cara, faz-se uso deles... digo eu. E acho que se o moço da percussão era bem apessoado, pois que ainda mais sentido faz. Multi-tasking continua a ser um fenómeno intrigante... e o facto de ser na igreja, só pode ter sido um abençoado percussionista.

who's yo' mama?! disse...

Pusinko, assim um concerto com uma orquestra inteira, nunca tinha presenciado, mas já fui a igrejas para ver quartetos e ouvir música sacra, e fico sempre deliciada. Mas, é como digo, eu gosto de música clássica seja em que circunstâncias for, por isso sou suspeita.

Quanto à tequilla, a Patrón acho que nunca experimentei, mas essa sensação de atarantamento, já. Mas nunca me tentei convencer a beber água! :P

Quanto ao percussionista, não sei se por ter sido visão numa igreja, mas parecia-se mesmo com o meu futuro marido! :P

capt. jackie disse...

o-m-g...

Pusinko disse...

Que tenhas botado os olhos ao moço, pois que sim, que lavar as vistinhas faz falta e tudo e tudo.
Agora se te aparecem ideias parvas tipo "Ah e tal que até celebrava o sétimo sacramento, o sagrado matrimónio com este garboso mancebo de talento musical ao nível da percussão", bem atiraram-te água benta à entrada para entorpecer o espírito e evangelizar mais rápido.
Tu nã te metas nessas coisas mulher.